25 novembro, 2006

As ruas são cheias de gente


Acho que pela falta de conforto que têm em casa, eles vão para as ruas, ou saem a busca de oportunidades, de comida e de trabalho.
A população é constituída na maioria por jovens e crianças.
Foram 30 anos de guerra e o país parou. Nada se construiu, pelo contrario tudo foi destruído, escolas, estradas, a cultura, os sonhos, as famílias.
As mães novinhas não sabem cuidar de seus bebes pré-maturos e desnutridos, porque não por perto uma mãe, uma tia uma avó para lhes ensinar.
Há 4 anos a guerra/guerrilha acabou e recomeçaram a reconstruir o país. Isso só foi possível depois da morte de um líder sanguinário, quando fizeram um governo de coalizão. O ministro da saúde é de um partido e os dois vice-ministros de outro.
Nosso encontro com o ministro foi logo que chegamos no aeroporto as 19h horário local. Ele fez questão de nos receber e estava ansioso em ver os nossos planos.
Estávamos cansadíssimos e sujos, depois de 24 horas de aventuras entre aeroportos.
O Ministro é um homem calmo com ar de sabedoria, grande habilidade política e não consegue esconder o sentimento de impotência diante do desespero de uma população sem assistência médica adequada.
Eles vivem o problema da mortalidade infantil, desnutrição, diarréia, cólera, desidratação e têm dificuldades de encontrar o caminho para solucionar problemas que o Brasil viveu há mais de um século.
Lixo nas ruas, falta de água potável e esgoto empossando no meio das ruas faz agravar ainda mais.
Luanda é a capital onde quase metade da população do país vive.
O caos urbano, barracos mal construídos e carrões japoneses engarrafados em ruas estreitas.
O ministro nos confessou que trabalha até as 9 da noite todos os dias porque não quer ficar 2h no congestionamento para percorrer os 5km até sua residência.
Ai vou dormir, to cansado, amanhã temos mais uma maratona. São 3:00h.