26 novembro, 2006

Esgoto nas ruas


A juventude angolana é diversão constante.
Andam em grupos, falando alto. Alegres, como se o desafio imposto pela crise precisasse de um sorriso nos lábios e um sentimento de otimismo. Eles têm uma grande energia.
Os mais velhos não têm o mesmo semblante. A consciência sobre a dimensão da crise lhes traz dor e a falta de esperança. É o que me parece.
É muito difícil mesmo ter esperança com o que vi hoje. Há bairros que não há coleta de lixo e eles vivem literalmente no meio do lixo. Como não há nenhum programa de reciclagem, vê-se latas de alumínio e garrafas por todo lado.
Hoje me dei conta porque somente algumas casas têm luz elétrica: eles enchem e levam os tambores de gasolina para distribuição nas residências que têm pequenos geradores de energia.
Vimos hoje em alguns bairros há distribuição de água em carros pipa. Um colega supôs que seja nos bairros onde o bacilo da cólera atingiu as reservas d’água.
Aparentemente os governantes estão dispostos a reconstruir a economia e diminuir as diferenças.
As eleições virão finalmente em 2008 depois de 30 anos de falta de democracia. Será que virão mesmo?